Você sabia que a atividade cerebral de uma pessoa pode ser a mesma enquanto ela assiste a uma aula e enquanto ela assiste televisão? Isso é o que comprovou um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Boston, realizado em 2010.
Uma equipe de pesquisadores da MIT colocou um sensor no pulso de um estudante universitário para medir a atividade elétrica do cérebro dele. O aparelho permaneceu no pulso do estudante 24 horas por dia, durante sete dias e atividade cerebral dele enquanto assistiu à uma aula e assistiu TV foi quase nenhuma.
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Essa pesquisa provou que o modelo pedagógico de aprendizado passivo, onde o aluno só recebe as informações através de uma aula, por exemplo, não funciona. O especialista Flávio Muniz aponta a causa da pouca atividade cerebral neste tipo de aprendizado. Ele diz que “o cérebro precisa se mexer para aprender”. Não é à toa que nos últimos anos têm surgido diversas correntes que querem transformar o modelo educacional.
Emoção, Neuromarketing e Storytelling
Muniz fala sobre como a emoção, o neuromarketing e o storytelling são poderosos segredos para aumentar o aprendizado. Ele explica que, cientificamente, para aprender novas informações, o cérebro tende a processar dados do hemisfério direito, que estão mais relacionados à intuição, criatividade e a imagens.
“Nesses casos, a conversa não funciona, porque para aprender coisas novas o processamento linguístico não é o protagonista. Outra prova de que as aulas palestradas não funcionam é que os gestos faciais e corporais e o contexto desempenham um papel muito importante para o aprendizado “, explica Muniz.
Dessa forma, a neurodidática propõe uma mudança na metodologia de ensino. Ela propõe uma substituição das aulas palestradas por suportes visuais, como mapas, vídeos e gráficos interativos, que exigem a participação ativa do aluno. Além disso, o trabalho colaborativo também é uma forma de aprendizado. “O cérebro é um órgão social que aprende fazendo coisas com outras pessoas”, acrescenta o especialista.
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- Emoção
Um dos segredos para aumentar o aprendizado é utilizar a emoção. Nossas emoções são uma parte central de nossa humanidade. Negá-las é negar a essência de quem somos. Na verdade, não devemos apenas tentar separar as respostas emocionais da aprendizagem, mas não podemos, de acordo com pesquisas recentes em neurociência.
Nós nos conectamos, entendemos e lembramos as coisas muito mais profundamente quando nossas emoções estão envolvidas. Basta pensar sobre o impacto de ver uma foto de uma criança refugiada ferida, em vez de ler uma análise completa da crise em si. Então, se as emoções têm tanta capacidade de afetar nossa compreensão, por que não usá-las como uma forma de aprendizado?
- Neuromarketing
Flávio Muniz explica que outro dos segredos para aumentar o aprendizado é o neuromarketing. O neuromarketing é baseado em descobertas da ciência do cérebro que nos permitem entender como os consumidores realmente tomam decisões e como essas decisões são influenciadas por processos mentais internos e dicas ambientais ao nosso redor. Os profissionais de marketing podem usar essas informações para aumentar a eficácia de suas estratégias e táticas, e os consumidores podem usar os mesmos insights para tomar melhores decisões.
Mas, os princípios da neurociência podem também ser utilizados para melhorar o aprendizado de uma maneira geral e podem ser ensinados nas escolas, ajudando os alunos a desenvolver sua força de vontade e melhorar sua capacidade de mudar os maus hábitos.
“O marketing é um tipo de ensino. Ele é um tipo de ensino mais poderoso do que o que é realizado nas salas de aula atualmente. A maioria das pessoas não consegue lembrar de informações que aprendeu na escola, mas elas ainda podem cantar os jingles que assistiam na TV quando eram crianças, por exemplo”, diz o especialista. Os mesmos princípios da ciência do cérebro que fundamentam o neuromarketing podem e devem ser aplicados para melhorar as técnicas de ensino em todo o mundo.
- Storytelling
Outro segredo para aumentar o aprendizado é o storytelling. Durante séculos, as pessoas usaram histórias para transmitir conhecimento. “Quando a informação é incorporada no contexto de uma história, ela é transferida para um ouvinte ou leitor de uma maneira única”, reforça Muniz.
Qualquer tipo de apresentação, seja online ou uma apresentação ao vivo, se beneficiará com a construção de uma história. Organizar informações em um formato com um começo (definir o estágio), meio (o desafio) e final (nova realidade) pode funcionar para muitos tópicos.