Quais são os 4 passos da Comunicação Não-Violenta?
- Não Julgar
- Identificar os Sentimentos
- Assumir Responsabilidades
- Fazer Pedidos
Para que a Comunicação Não-Violenta (chamada também de comunicação empática) ocorra, Rosenberg explica que é preciso os praticantes se concentrem em quatro componentes, que devem ser expressados de forma clara:
1 Não Julgar
Em primeiro lugar, é necessário não julgar e observar o que realmente está acontecendo em determinado momento de forma neutra. Marshall sugere questionar se a mensagem que está sendo recebida, seja por meio de fala ou de ações, tem algo a acrescentar de forma positiva. O segredo é fazer essa observação sem criar um juízo de valor, apenas compreender o que se gosta e o que não no que está acontecendo e no que o outro faz.
2 Identificar os Sentimentos
Após a tentativa de não julgamento, é necessário entender qual sentimento a situação desperta depois da observação. O segundo passo é identificar sentimentos. Nesse estágio você vai fazer uma imersão dentro de você mesmo para descobrir qual a necessidade que não foi suprida que acabou gerando o sentimento que te impulsionou a agir (ou a querer agir) de uma maneira violenta. É encontrar o porquê de suas ações ou reações. No caso da sua mulher enfurecida pela louça, pode ser uma necessidade de descanso, uma necessidade de consideração, de atenção, de higiene, de cuidado… Quem pode fazer essa leitura é a própria pessoa.
3 Assumir as Responsabilidades
A partir da compreensão de qual sentimento foi despertado, é preciso reconhecer quais necessidades estão ligadas a ele. Rosenberg ressalta que quando alguém expressa suas necessidades, Todo o processo de violência surge por conta da terceirização da responsabilidade. É a gente não querendo assumir a responsabilidade pelos nossos próprios sentimentos e querendo jogar para outra pessoa. Por isso, depois de ter identificado o sentimento e a origem dele, o terceiro passo é assumir a responsabilidade por isso. O responsável pelo sentimento da mulher não foi o seu marido, mas alguma necessidade dela mesma que não foi atendida.
4 Fazer Pedidos
Por meio de uma solicitação específica, ligada a ações concretas, é possível deixar claro o que se quer da outra pessoa. O especialista recomenda usar uma linguagem positiva, em forma de afirmação, para fazer o pedido. Evite frases abstratas, vagas ou ambíguas.
Comunicação Não-Violenta na prática – Passo a Passo
João Aldir, quando você grita comigo no ambiente de trabalho (julgamento), eu me sinto diminuído e irritado (sentimento identificado) porque preciso sentir que sou respeitado e que meus colegas querem me ajudar a me desenvolver (assumindo a responsabildade).
Poderíamos conversar em particular no momento que você se irrita comigo? (pedido feito com sucesso).
Assista ao vídeo e torne a comunicação não violenta mais fácil para o uso no dia-a-dia:
A Comunicação Não-Violenta também pode ser usada no desenvolvimento da empatia e da compaixão. Rosenberg afirma que esse processo deve ser utilizado para se expressar de forma honesta, mas também para receber com compaixão a mensagem do outro. É possível perceber que a fraternidade foi recebida quando há um alívio de tensão ou quando o fluxo de palavras acaba. Para isso, é preciso se colocar no lugar do outro ao receber a comunicação.
O método pode ser aplicado em relacionamentos difíceis, pessoais, familiares, corporativos, educacionais, em negociações, disputas e conflitos em qualquer lugar do mundo. O psicólogo ensina que a Comunicação Não-Violenta pode estabelecer relações mais profundas, afetivas e eficazes, inclusive tendo sido utilizada em comunidades localizadas em regiões de conflitos e guerras, como Israel, Ruanda e Serra Leoa.
Como surgiu a Comunicação Não-Violenta CNV?
Na década de 60 , surgiu no auge do movimento a favor dos diretos civis e contra a segregação racial nos Estados Unidos, o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg trabalhava como treinador educacional em instituições de ensino que eliminavam o preconceito. A atuação de Rosenberg, durante essa conturbada transição, era ensinar mediações e técnicas de comunicação não violenta. Nesse difícil contexto, ele elaborou o método da Comunicação Não-Violenta (CNV) que nós atualizamos para 2021.
Como funciona a Comunicação Não-Violenta?
Em seu livro Comunicação Não Violenta, o psicólogo afirma que a Comunicação Não-Violenta como uma abordagem da comunicação, que entende as habilidades de falar e ouvir, que leva as pessoas a se entregarem de coração, possibilitando a conexão com si mesmos e com os outros, permitindo assim que a compaixão se desenvolva. Quanto à expressão Não-Violenta, Marshall faz uso da definição de Gandhi, se referindo a uma condição compassiva natural que aparece quando a violência é afastada do coração. Assista o vídeo abaixo para tornar o ensinamento mais fácil: